quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Foi com o vento e queimou



Amor escaldado de vento tem medo. Porque o vento traz muitas coisas e nunca se sabe se isso é bom ou mau. Mau é como quem diz muito mau. Ateia fogos quase extintos. Extinção do coração e da paixão que lá ia dentro. Vento num tormento por não actuar com eficácia. Arrancar tudo o que demorou a ser elevado. Elevar o que se pediu. Amor que mentiu. Desmoronou. Escaldou e esturrou. Cortar o mal pela raiz. Corte profundo. Cheiros e vestígios de cinzas. Onde há fumo há uns quantos fogos que devastam e arrastam. Arrastou para o fundo. Fogo que queimou o que não devia e deixou queimaduras de primeiro grau. Mil graus abaixo de zero numa casa no fim do mundo onde outras casas já não existem. Não existes mais em mim por tudo o que queimaste e não saraste. O amor levou-o o vento, ainda que um pouco lento, levou-o, e já não queima o que já queimou.

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