sábado, 13 de novembro de 2010

Vamo-nos perder pelos caminhos confusos que traçamos





Quero passear contigo mas não sei por onde andas. Andas sempre por sítios diferentes o que torna difícil encontrar-te. Encontro-me contigo e perdemo-nos mais uma vez. Vezes sem conta que quero estar contigo mas só estamos aquelas em que tu deixas. Deixas poucas. Poucas são perigosas e ainda não sentiste esse perigo que andas a provocar. Não provoques assim tanto aquilo que afinal não queres. Não fiques só pelas provocações que isso não te leva a lado algum. Nenhum para contar se continua assim. Assim não dá. É melhor começares a ter cuidado porque as bússolas podem apontar para outros rumos. É bom que não penses que os ventos estão sempre a teu favor e que és tu quem tem o comando do navio. O leme pode passar para outras mãos. Mãos que apreciam bem mais o que a sorte lhes trouxe na rede. Nunca se sabe o que as marés trazem e levam e para onde os ventos sopram. O nevoeiro pode levantar e existe uma probabilidade crescente em te perderes sozinho no caminho que esboçaste. Às vezes acho que gostas de ficar meio perdido por trilhas solitárias só porque nunca aprendeste a desenhar mapas a quatro mãos. Duas mãos minhas com duas tuas a percorrerem atalhos que só nós conhecemos. Conheço o caminho de olhos fechados e de coração aberto e faço gosto em percorre-lo mais uma vez. Vezes sem conta. Quero traçar um roteiro sem destino e perder-me contigo e em ti. Fazer uma viagem pelo teu corpo, percorrer com os lábios os locais meio escondidos que gosto de voltar a encontrar. Já conheço o teu corpo mesmo que no escuro, vai ser fácil encontrar o que procuro. Procuro ter-te, a ti e somente a ti, enquanto sinto o vento na cara que me faz lacrimejar e me canso de pedalar tanto. Não faz mal, sempre gostei de andar de bicicleta por estradas de terra batida, deslizar numa descida com as mãos soltas do volante, até cair e esfolar um joelho. Joelhos esfolados nunca fizeram mal a ninguém, normalmente a ferida é pouco profunda ficando apenas um pequena cicatriz gravada na pele, para nos recordarmos de momentos bons. Momentos que me fazem feliz, aqueles em que passo contigo e me deixo balançar em baloiços inseguros, mas que ainda assim me deixam com adrenalina na barriga. Sentir adrenalina é bom, sentir-te comigo melhor ainda. Faz-me rir ate não aguentar mais. Anda ter comigo e vamo-nos perder um pouco pelos caminhos confusos que traçamos. Um passo de cada vez. A algum sítio havemos de ir ter.

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